O New Glenn, foguete de grande porte da Blue Origin, deu um passo crucial para seu segundo lançamento ao realizar com sucesso um teste de fogo estático em Cabo Canaveral, na Flórida. A missão, prevista para ocorrer a partir de 9 de novembro, transportará as sondas gêmeas ESCAPADE da NASA rumo a Marte, marcando o primeiro voo interplanetário do veículo.
Teste de fogo confirma desempenho dos sete BE-4
Na noite de 30 de outubro, os sete motores BE-4 do primeiro estágio foram acionados durante 38 segundos, alcançando 100% de empuxo por 22 segundos, informou a Blue Origin. Segundo a empresa, todos os parâmetros ficaram dentro do esperado, validando os sistemas de propulsão e controle de solo.
O ensaio ocorreu na plataforma LC-36A, na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, onde o foguete foi erguido dois dias antes. Imagens divulgadas pelo fundador Jeff Bezos e pelo diretor-executivo Dave Limp mostraram o Transporter Erector posicionando o veículo na vertical antes do disparo.
Especialistas ressaltam que o sucesso do hot-fire reduz riscos para o próximo lançamento, especialmente porque a missão transportará carga científica da NASA. O BE-4 também equipa o foguete Vulcan, da United Launch Alliance, o que reforça a atenção do setor à performance desse motor movido a metano líquido e oxigênio líquido.
ESCAPADE: primeira missão da NASA a Marte desde 2020
As sondas ESCAPADE (Escape and Plasma Acceleration and Dynamics Explorers) foram integradas ao New Glenn no início de outubro nas instalações da Blue Origin em Titusville. Construídas pela Rocket Lab, as espaçonaves idênticas investigarão a magnetosfera marciana e a interação do vento solar com a atmosfera do planeta.
O projeto, avaliado em US$ 80 milhões, será a primeira missão da NASA com destino a Marte desde o lançamento do rover Perseverance, em julho de 2020. Além disso, constitui o primeiro voo interplanetário do New Glenn, lançado pela primeira vez em janeiro de 2025, quando colocou em órbita uma versão de teste da plataforma Blue Ring.
Inicialmente, o ESCAPADE seria colocado em órbita no voo inaugural do New Glenn, previsto para 2024. Entretanto, a NASA optou por retirar a missão do cronograma devido à falta de histórico de voos do foguete. Com o êxito do debut em 2025, a agência aprovou o retorno do par de sondas ao manifesto.
Tentativa de pouso e carga secundária
Após liberar a carga, a Blue Origin tentará recuperar o primeiro estágio por meio de um pouso propulsado em uma balsa no Oceano Atlântico. A tentativa anterior, no voo inaugural, não obteve sucesso, mas a empresa afirma ter implementado melhorias no sistema de navegação e nos propulsores de frenagem.
Além do ESCAPADE, o lançamento levará um demonstrador tecnológico da Viasat, incluído no Communications Services Project da NASA. O objetivo é testar novas soluções de comunicação para satélites em órbita terrestre, ampliando as parcerias comerciais da agência com o setor privado.
Imagem: Josh Dinner published
Impacto para o mercado de lançamentos
Segundo analistas de mercado, o desempenho do New Glenn em missões científicas de alto perfil pode fortalecer a posição da Blue Origin diante de concorrentes como SpaceX e ULA. A empresa aposta no reuso parcial do foguete como diferencial de custo e frequência de lançamentos, estratégia que, se bem-sucedida, pode atrair contratos governamentais e comerciais adicionais.
Relatórios indicam que o segmento de lançamentos interplanetários continua dominado por poucos provedores. A entrada do New Glenn amplia a oferta e pode reduzir preços, beneficiando programas de exploração científica que dependem de orçamentos limitados.
Para o público em geral, a missão ESCAPADE representa avanço no entendimento da atmosfera de Marte, informação essencial para futuras viagens tripuladas. Já para o mercado, o êxito do lançamento sinaliza maior competição e provável aceleração no desenvolvimento de sistemas reutilizáveis.
Curiosidade
Apesar de Marte não possuir um campo magnético global como o da Terra, regiões localizadas do planeta exibem pequenos campos remanescentes. As duas sondas ESCAPADE voarão em órbitas complementares para medir essas anomalias simultaneamente, algo inédito em missões marcianas. O estudo ajudará a explicar como o vento solar removeu parte da atmosfera do planeta ao longo de bilhões de anos.
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Fique atento às próximas etapas da Blue Origin e veja como o sucesso do New Glenn pode transformar o panorama das missões interplanetárias e impulsionar novas oportunidades para a ciência e a indústria.
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