Kymeta entrega 138 antenas planares ao Exército dos EUA para modernizar comunicações

Ciência

A fabricante norte-americana de antenas por satélite Kymeta fornecerá 138 terminais Osprey u8 e peças de reposição à 4ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos, sediada em Fort Carson, Colorado. O lote faz parte de um projeto-piloto que integra o programa Next Generation Command and Control (NGC2), iniciativa que busca modernizar toda a infraestrutura de informação das forças terrestres.

Equipamento concebido para múltiplas órbitas

O Osprey u8 é um terminal originalmente desenvolvido para o mercado civil, mas reforçado para aplicações militares. Em vez do tradicional rastreamento mecânico, o dispositivo utiliza feixe eletrônico, tecnologia que direciona o sinal de forma instantânea e sem partes móveis. O equipamento é compatível com satélites em órbita baixa (LEO) e geossíncrona (GEO) na banda Ku, possibilitando acesso a diferentes constelações comerciais.

Segundo executivos da Kymeta, o desenho modular do produto permite trocar modems ou “cartuchos” de forma rápida, adaptando o terminal a variados fornecedores de serviço. Essa flexibilidade é uma exigência central do NGC2, concebido para trabalhar com soluções comerciais prontas (COTS) e mais de um integrador, reduzindo dependência de contratos exclusivos.

Aplicações no campo de batalha

De acordo com a empresa, as antenas serão instaladas em caminhões, veículos táticos e plataformas robóticas da 4ª Divisão de Infantaria. O objetivo é melhorar a conectividade de nível estratégico e de comando avançado, proporcionando comunicação segura mesmo em deslocamento ou em áreas sem infraestrutura terrestre.

A quantidade anunciada faz deste um dos maiores contratos individuais do Osprey u8 até o momento. Desde sua entrada no segmento militar, a Kymeta já vendeu aproximadamente 500 unidades do terminal para o Exército, para o Corpo de Fuzileiros Navais e para o Comando de Operações Especiais dos EUA.

Escalabilidade prevista pelo Exército

Embora o valor do acordo não tenha sido divulgado, a companhia considera o pedido um marco importante. Caso o piloto alcance os resultados esperados, o Exército norte-americano poderá estender a aquisição para as dez divisões de linha ativa, multiplicando a demanda por novos terminais nos próximos anos.

Para especialistas em defesa, a adoção de antenas planares eletronicamente orientadas significa maior resiliência contra interferências e maior capacidade de troca rápida entre satélites LEO e GEO. Essa característica vem sendo apontada como fundamental em cenários de disputa eletromagnética.

Evolução para banda dupla Ku/Ka

A Kymeta também revelou que trabalha numa variante de banda dupla do Osprey, capaz de operar em Ku e Ka. A nova versão deve estar disponível “em alguns anos”, segundo a empresa. O desenvolvimento é motivado, entre outros fatores, pela futura constelação Kuiper, da Amazon, que utilizará banda Ka para internet de baixa órbita.

Relatórios do setor indicam que terminais multibanda permitem aos clientes consolidar modelos, reduzir estoque e escolher, em tempo real, o provedor mais adequado em cada teatro de operações. Além disso, ampliar a faixa de frequências de atuação tende a mitigar riscos de saturação de espectro ou de eventual perda de um enlace específico.

Interesse crescente após o anúncio

Desde que o Exército confirmou o piloto do NGC2, a Kymeta afirma ter recebido consultas de diversos parceiros potenciais, incluindo fabricantes de veículos e integradores de sistemas de comando. “O programa trouxe enorme visibilidade”, declarou a companhia, sem detalhar possíveis acordos.

Impacto para o mercado: a incorporação de antenas eletricamente direcionáveis em larga escala reforça a tendência de convergência entre soluções civis e militares. Para fornecedores, abre-se um nicho de contratos plurianuais; para usuários finais, cresce a disponibilidade de comunicação em qualquer ponto do globo, inclusive em movimento. No cotidiano civil, tecnologias derivadas desse avanço podem chegar a setores como transporte marítimo, aviação regional e cobertura de emergências.

Curiosidade

As antenas planares como a Osprey u8 têm menos de 10 centímetros de espessura e dispensam os pratos parabólicos tradicionais. Nos anos 1990, um terminal militar capaz de alternar entre satélites exigia conjuntos mecânicos que ultrapassavam 1,5 metro de diâmetro; hoje, a mesma tarefa pode ser feita por um painel do tamanho de uma mala de mão, controlado por pequenos chips de silício que reorientam o feixe em microssegundos.

Para mais informações e atualizações sobre tecnologia e ciência, consulte também:

Você pode acompanhar mais novidades sobre infraestrutura de comunicação na seção de Tecnologia do nosso portal. Acesse em remansonoticias.com.br/category/tecnologia e fique por dentro das próximas atualizações.

Quando você efetua suas compras por meio dos links disponíveis aqui no RN Tecnologia, podemos receber uma comissão de afiliado, sem que isso acarrete nenhum custo adicional para você!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *