Dinamarca reforça medidas de segurança após drones paralisarem aeroportos

Tecnologia

Incursões de drones não identificados têm provocado interrupções no tráfego aéreo da Dinamarca desde o início do mês. Os voos dos aeroportos de Aalborg, Billund e Copenhague precisaram ser suspensos temporariamente depois que dispositivos foram avistados na área de aproximação das pistas, segundo autoridades de aviação civil. O governo dinamarquês atribui as operações a agentes que buscam “espalhar medo” e investiga possíveis ligações com ações híbridas russas, hipótese negada pelo Kremlin.

Impacto imediato na aviação civil e militar

A última ocorrência registrada em Aalborg obrigou várias aeronaves comerciais a arremeter ou alterar rota, causando atrasos de até três horas. Situação semelhante ocorreu em Billund, hub de companhias de baixo custo no país. Além do setor civil, bases aéreas que abrigam caças F-16 e F-35 também relataram sobrevoos suspeitos. Para reduzir riscos, o governo determinou proibição temporária de voos recreativos de drones nos arredores de Copenhague durante a cúpula da União Europeia marcada para 1.º de outubro.

Especialistas em segurança aérea afirmam que o maior perigo é a colisão em pleno ar. Mesmo aparelhos de pequeno porte podem danificar motores a jato, gerar incêndios ou obrigar pilotos a realizar pousos de emergência. Também há preocupação com possíveis ataques deliberados a infraestruturas estratégicas, como depósitos de combustível ou sistemas de comunicação.

Desafios legais e operacionais para neutralizar drones

Eliminar um drone em voo parece simples, mas envolve uma cadeia de obstáculos. De acordo com analistas de defesa, qualquer ação letal depende de autorização legal específica, pois as atuais legislações europeias limitam o uso de armamento em áreas civis. O Reino Unido, por exemplo, só aprovou normas de interceptação em 2018, após incidentes em Gatwick, e o Parlamento dinamarquês discute texto semelhante.

Quando a permissão é concedida, surgem questões técnicas: drones comerciais possuem tamanho reduzido e refletem pouca energia de radar, dificultando a localização por sistemas convencionais. Caso sejam abatidos, os destroços podem cair sobre terminais, residências ou pessoas, provocando danos colaterais. Por isso, autoridades costumam optar por métodos não cinéticos antes de recorrer a munição real.

Tecnologias em uso: de lasers a bloqueadores de sinal

Entre as alternativas em avaliação estão armas de energia dirigida e sistemas de interferência eletrônica. A Marinha britânica testa o laser DragonFire, capaz de destruir alvos a cerca de cinco quilômetros. A vantagem é o disparo preciso e sem munição, mas o custo de implantação ainda é elevado, e a aplicação em ambientes civis requer ajustes de potência e protocolos de segurança.

Jamming ou bloqueio de rádio é a estratégia mais imediata. O equipamento emite sinais que interrompem a comunicação entre o drone e o operador, forçando o modo de emergência ou a queda controlada. Segundo engenheiros consultados, a técnica funciona a distâncias relativamente longas e dificulta novas tentativas, mas não é seletiva: todas as aeronaves na área podem sofrer interferência. Por isso, parte do espaço aéreo precisa ser fechada durante a operação, ainda que por menos tempo do que ocorre nos bloqueios atuais.

A Força Terrestre britânica desenvolve uma versão direcionável do jamming, capaz de focar apenas no alvo. Contudo, essa solução está em fase de testes e não há previsão de uso comercial.

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Imagem: Matthew Powell published

Consequências econômicas e possíveis próximos passos

Relatórios da Autoridade de Aviação Dinamarquesa indicam que cada hora de aeroporto fechado custa centenas de milhares de euros em combustível extra, reacomodação de passageiros e perda de conexões. Companhias aéreas reivindicam protocolos mais rápidos e compensações pelos prejuízos. O Ministério dos Transportes avalia instalar sensores de frequência e radares especializados para detecção preventiva até o fim do ano.

Em paralelo, peritos em cibersegurança recomendam ações de inteligência para rastrear quem pilota os drones. Unidades de investigação trabalham na hipótese de operadores remotos utilizarem redes móveis ou satelitais, o que dificulta o bloqueio sem colaboração internacional.

Para a população, o principal efeito é o aumento das inspeções e possíveis atrasos nos aeroportos nacionais. Viagens durante a alta temporada podem exigir margem de tempo maior até que as novas medidas se consolidem.

Curiosidade

Você sabia que a Dinamarca foi um dos primeiros países a regulamentar drones recreativos em 2017? A lei exigia placas de identificação semelhantes a placas de carro. Mesmo assim, o registro não basta para impedir voos ilegais, mostrando que a tecnologia avança mais rápido que a legislação.

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