JBL intensifica produção no Brasil e já monta 1 000 Boombox 3 por dia em Manaus

Tecnologia

A Harman, controladora de marcas como JBL, AKG e Harman Kardon, reforçou a estratégia de produção local e ampliou a capacidade da fábrica instalada na Zona Franca de Manaus (AM). Com 10 000 m² divididos em dois prédios, o complexo industrial monta sistemas de som automotivo para montadoras e, na área de produtos lifestyle, chega a fabricar cerca de 1 000 unidades da caixa de som portátil JBL Boombox 3 diariamente.

Robôs comandam linha de som automotivo

No primeiro edifício, voltado a equipamentos veiculares, a automação predomina. Este setor atende marcas como Toyota, Volkswagen e Stellantis e opera com número reduzido de funcionários. Segundo a empresa, a equipe humana se concentra em supervisionar o funcionamento dos robôs, reabastecer insumos e realizar inspeções de qualidade. O alto nível de robotização mantém as linhas em operação por mais de três anos, tempo médio de vida dos projetos automotivos.

Além da montagem, esta divisão conta com laboratórios próprios que retiram amostras dos lotes produzidos. Se algum parâmetro de áudio ou conectividade fica fora dos padrões, o lote é barrado e a linha passa por auditoria interna. Relatórios indicam que esse processo contribui para reduzir falhas no pós-venda e atender exigências das montadoras.

Mão de obra especializada garante padrão premium nas caixas JBL

O segundo prédio concentra os itens lifestyle, categoria que ganhou força no mercado brasileiro. Diferentemente da divisão automotiva, essa área depende de mão de obra intensiva. A razão está na necessidade de linhas dedicadas a cada modelo: um produto permanece em fabricação por cerca de 18 meses. Segundo especialistas da companhia, automatizar integralmente esse setor elevaria o custo final e reduziria a flexibilidade para versões sazonais.

Na linha PartyBox, por exemplo, a produção começa na marcenaria interna. As torres utilizam compensado naval, recebem massa de revestimento e avançam para pintura antes da instalação dos componentes eletrônicos. Cada etapa conta com câmaras de teste exclusivas, responsáveis por aferir parâmetros de áudio e Bluetooth. Ao menor desvio, a unidade é separada para análise, evitando que um produto defeituoso saia da fábrica.

A Boombox 3, uma das caixas mais populares da JBL, passa por prova de vedação em que o ar é sugado até o esgotamento. Se persistir fluxo de ar, o equipamento é rejeitado, sinalizando falha de selagem. Esse controle, realizado em todas as peças, sustenta a meta de 1 000 unidades concluídas a cada turno de trabalho.

Planejamento projeta novos modelos para 2026

O calendário industrial já prevê a chegada de novos produtos. No primeiro trimestre de 2026, a Boombox 4 deve substituir a geração atual nas linhas de Manaus. O plano inclui ainda o sistema automotivo JBL Legend 700, o headset gamer Quantum 100 e as caixas PartyBox Encore Essential 2 e PartyBox Encore 2. De acordo com dados oficiais da empresa, ampliar o portfólio local reduz custos logísticos e garante maior velocidade no lançamento de versões específicas para o mercado brasileiro.

A operação amazonense também se beneficia dos incentivos fiscais da Zona Franca. Analistas do setor apontam que a renúncia tributária diminui o preço final ao consumidor e estimula a geração de empregos diretos e indiretos na região. Em contrapartida, a Harman assume compromisso de investir em pesquisa, treinamento e qualificação da mão de obra local.

Impacto para o consumidor e para o mercado

Com a capacidade expandida, a Harman tende a abastecer o varejo com prazos menores e volumes maiores, sobretudo em períodos de alta demanda, como datas comemorativas. Para o consumidor, a produção nacional pode significar preços mais competitivos e assistências técnicas alinhadas às especificações brasileiras. No mercado de eletrônicos, o movimento sinaliza confiança no polo industrial da Amazônia e reforça a tendência de internalização de linhas que antes dependiam integralmente da Ásia.

Curiosidade

Embora a JBL seja reconhecida pelas caixas portáteis, a marca nasceu em 1946 desenvolvendo alto-falantes para cinemas nos Estados Unidos. Décadas depois, ainda mantém equipamentos profissionais em salas de exibição, mas agora também produz modelos de consumo em Manaus — um percurso que ilustra a migração de uma tecnologia desenvolvida para grandes telas para os dispositivos pessoais que cabem na mochila.

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