O astrofotógrafo britânico Josh Dury registrou o Cometa C/2025 A6 (Lemmon) riscando o céu de Somerset, no sudoeste da Inglaterra, na noite de 12 de outubro. A imagem mostra a coma esverdeada do astro e uma longa cauda difusa, captadas enquanto o dia cedia lugar à noite nos arredores das Mendip Hills.
Fenômeno visível a olho nu em locais escuros
De acordo com medições recentes, o Lemmon apresenta magnitude aparente de aproximadamente +4,9, patamar que possibilita a observação sem auxílio óptico em áreas de baixa poluição luminosa. Especialistas projetam que o brilho aumente conforme o cometa se aproxima do ponto mais próximo da Terra, previsto para 21 de outubro. Depois dessa data, a tendência é o objeto perder luminosidade gradativamente e desaparecer dos céus por mais de um milênio, período em que percorrerá uma órbita elíptica que o levará além de Netuno.
A cauda captada por Dury resulta da sublimação, processo em que o gelo contido no núcleo do cometa passa diretamente do estado sólido para o gasoso devido ao calor solar. O material é, então, empurrado pelo vento solar, formando o rastro sempre orientado no sentido oposto ao Sol. Esse fenômeno explica por que a cauda varia de tamanho e direção ao longo da trajetória do Lemmon.
Equipamento e desafios na captura da imagem
Dury utilizou uma câmera Sony A7S III acoplada a uma lente Sigma 135 mm F/1.4 Art para registrar o visitante celeste. Condições adversas, como neblina, ventos fortes e o chamado “anticiclone cinzento” — massa de ar estável que provoca nevoeiro persistente — dificultaram a sessão fotográfica. Mesmo assim, o fotógrafo conseguiu um enquadramento que também exibe uma tênue aurora rosa no horizonte.
Segundo o profissional, a escolha de um ponto elevado foi fundamental para superar a camada de névoa. Ajustes de longa exposição e abertura ampla permitiram capturar detalhes da coma verde, cor típica causada por moléculas de carbono biatômico excitadas pela radiação ultravioleta solar.
Oportunidade para entusiastas e impacto para o setor
Observadores interessados ainda têm alguns dias para testemunhar o Lemmon antes que ele se afaste. Astrônomos recomendam procurar áreas rurais ou parques de céu escuro, longe de grandes centros urbanos, e usar binóculos ou telescópios de pequena abertura para realçar detalhes da cauda. Relatórios indicam que o número de turistas que viajam em busca de eventos astronômicos vem crescendo desde o sucesso do cometa NEOWISE, em 2020, impulsionando a economia de regiões com baixa poluição luminosa.
Para fotógrafos iniciantes, Dury sugere ajustes de exposição entre 5 e 10 segundos, ISO elevado e foco manual em estrelas próximas. Essas instruções integram o livro “52 Assignments: Night Photography”, em que o autor aborda técnicas de captura de cometas e outros alvos de céu profundo. A popularização de câmeras mirrorless de alta sensibilidade e o acesso a aplicativos de rastreamento celeste ampliam as possibilidades de registros amadores, favorecendo a publicação de imagens em redes sociais e portais especializados.
Especialistas em mercado apontam que fenômenos astronômicos frequentes podem aumentar a demanda por equipamentos fotográficos de maior valor agregado, especialmente modelos com sensores full-frame e boa performance em ISO alto. Fabricantes, por sua vez, passam a destacar recursos de astrofotografia em materiais promocionais, refletindo o interesse crescente do público.
Comparação com cometas recentes e expectativas futuras
O Lemmon é o segundo cometa visível a olho nu este ano, depois do Nishimura, que cruzou o céu em setembro. Embora o brilho atual seja inferior ao do NEOWISE, que atingiu magnitude +1 em 2020, astrônomos consideram a passagem ainda assim relevante por ocorrer em período de noites mais longas no hemisfério norte. Caso o aumento de luminosidade previsto se confirme, o Lemmon poderá rivalizar com registros históricos de cometas de brilho moderado, como o Lovejoy em 2011.

Imagem: Anthy Wood published
Instituições de pesquisa acompanharão a evolução física do cometa durante a passagem próxima, coletando dados sobre composição química e dinâmica orbital. Esses resultados ajudam a entender a formação do Sistema Solar e o comportamento de objetos que transitam entre regiões internas e externas.
Para quem pretende seguir acompanhando eventos astronômicos, o calendário de 2025 inclui eclipses solares parciais visíveis na América do Sul e novas chuvas de meteoros de alta atividade. Manter um olhar atento para o céu noturno pode render oportunidades semelhantes às capturadas por Dury esta semana.
Se você deseja saber mais sobre fenômenos celestes e equipamentos adequados, confira também o conteúdo disponível em nossa seção de Tecnologia, que traz análises, guias e notícias atualizadas.
Este registro do Cometa Lemmon reforça a importância de condições favoráveis, planejamento e equipamentos adequados para capturar fenômenos astronômicos raros. Aproveite os próximos dias para observar o céu e compartilhar suas próprias imagens.
Curiosidade
O nome do cometa vem do Observatório Mount Lemmon, no Arizona, onde foi identificado pela primeira vez. A designação “C/2025 A6” indica que é um corpo não periódico (C), descoberto na primeira quinzena de janeiro de 2025 (A), sendo o sexto objeto catalogado nesse intervalo (6). Apesar de sua órbita demorar mais de mil anos, a passagem atual será a única oportunidade desta geração para observá-lo sem equipamentos profissionais.
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