Brasil lidera novos investimentos que tornam a América Latina destaque em energia limpa

Ciência

A América Latina avança para se tornar uma das regiões com a matriz elétrica mais limpa do planeta, impulsionada principalmente pelo Brasil. De acordo com dados compilados pela plataforma Statista, cerca de 60% da eletricidade gerada na América Latina e no Caribe já provêm de fontes renováveis, superando o índice registrado na União Europeia e aproximando-se de níveis considerados referência para a transição energética global.

Investimentos bilionários aceleram projetos renováveis

Relatório da BNamericas indica que a região contabiliza mais de 1,8 mil projetos de geração renovável em diferentes estágios de desenvolvimento. O custo estimado dessas iniciativas ultrapassa US$ 113 bilhões, valor que evidencia o ritmo de expansão de usinas solares, parques eólicos e unidades de biomassa.

No Brasil, cerca de 88% da eletricidade já é produzida a partir de fontes limpas, segundo os dados mais recentes do Ministério de Minas e Energia (MME). Essa participação inclui hidrelétricas, energia solar, eólica e pequenas centrais de geração distribuída. Especialistas apontam que a combinação de recursos naturais abundantes, marco regulatório amadurecido e queda no preço dos equipamentos tornou o país referência regional.

A tendência, porém, não se limita ao território brasileiro. Chile, Colômbia e Uruguai ampliam rapidamente a capacidade instalada em energia eólica e solar, enquanto governos locais criam incentivos para atrair capital estrangeiro. De acordo com analistas de mercado, a estabilidade de contratos de longo prazo em dólares e leilões regulados, comuns nesses países, aumenta a segurança para investidores internacionais.

Desafios persistem em mercados dependentes de combustíveis fósseis

Em sentido oposto, o México ainda depende de fontes fósseis para cerca de 75% de sua produção elétrica. Autoridades mexicanas anunciaram metas de redução gradual, mas especialistas alertam que a velocidade de execução será determinante para que o país acompanhe os vizinhos no cumprimento das metas climáticas.

Já a Argentina enfrenta gargalos na transmissão, limitando a integração de parques eólicos instalados na Patagônia. Relatórios oficiais mostram que a ampliação das linhas de alta tensão requer financiamento externo e aprovação ambiental, etapas que costumam prolongar prazos.

Cenário geopolítico e demanda por IA impulsionam a transição

Analistas observam que o crescimento acelerado de aplicações em inteligência artificial, mineração de dados e computação em nuvem multiplicou o consumo elétrico global. Ao buscar operações neutras em carbono, grandes empresas de tecnologia priorizam regiões com excedente de energia renovável. Segundo especialistas do setor de data centers, essa demanda cria um ciclo virtuoso: novas instalações atraem investimentos em geração limpa, que, por sua vez, reduzem custos e emissões.

A guerra na Ucrânia e a volatilidade no mercado de petróleo também reforçam a busca por alternativas renováveis, avalia estudo divulgado pela Agência Internacional de Energia (IEA). Em países latino-americanos, a menor dependência de combustíveis fósseis diminui a exposição a choques externos e fortalece a segurança energética.

COP 30 em Belém pode redefinir metas regionais

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), marcada para 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém, deverá consolidar o protagonismo regional. O governo brasileiro pretende apresentar novos compromissos de redução de emissões, enquanto países vizinhos discutem metas conjuntas de descarbonização de seus sistemas elétricos. De acordo com o MME, a expectativa é rever acordos de intercâmbio de energia entre países amazônicos, otimizando o uso de grandes hidrelétricas e aumentando a participação solar em horários de pico.

Impacto para o leitor: Se confirmadas as projeções, consumidores poderão observar tarifas mais competitivas e expansão da geração distribuída, abrindo espaço para pequenos produtores venderem excedentes à rede. A maior oferta de energia limpa também reduz as emissões associadas ao consumo residencial e industrial, influenciando decisões de compra de empresas que priorizam cadeias produtivas sustentáveis.

Curiosidade

O Brasil abriga a maior usina solar flutuante da América Latina, instalada no reservatório da hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia. Além de gerar eletricidade sem ocupar áreas terrestres, os painéis reduzem a evaporação da água, contribuindo para a conservação do volume do lago e demonstrando uma integração inovadora entre fontes hidrelétrica e solar.

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