A Momentus e a Solstar Space fecharam um acordo de serviços recíprocos, válido por três anos, para oferecer soluções integradas de comunicação, transporte e infraestrutura a missões governamentais e comerciais na órbita terrestre baixa. Avaliado em até US$ 15 milhões, o contrato combina a experiência da Solstar em comunicações espaciais com as capacidades da Momentus em lançamento, logística, implantação de cargas úteis e serviços em órbita.
Parceria de três anos foca em comunicações persistentes
De acordo com as empresas, a colaboração nasce para suprir uma lacuna histórica: a ausência de conectividade constante entre satélites e bases de operação. Desde a década de 1960, muitas missões dependem de redes de comunicação intermitentes que deixam ativos espaciais desconectados por longos períodos. A Solstar propõe preencher essas falhas por meio de soluções de retransmissão de dados entre satélites, comunicação espaço-solo e acesso Wi-Fi em órbita, enquanto a Momentus oferece a plataforma de transporte Vigoride, capaz de posicionar satélites e realizar manobras de manutenção.
Segundo especialistas do setor, a demanda por comunicação contínua cresce na mesma proporção em que aumentam as missões de inteligência, vigilância e reconhecimento, além de projetos de montagem ou reparo em órbita. Para essas operações, a troca ininterrupta de dados é considerada crítica, tanto para manter a segurança quanto para garantir a eficiência das atividades.
Demonstração em órbita marcada para fevereiro
O primeiro passo concreto da parceria será uma missão conjunta prevista para fevereiro. O objetivo é demonstrar comunicação em tempo real e de forma ininterrupta com sistemas espaciais submetidos a diferentes perfis de operação. A Momentus ficará responsável pelo transporte dos equipamentos a bordo de seu rebocador espacial, enquanto a Solstar testará o Deke Space Communicator, dispositivo que promete fornecer conexão sob demanda ao satélite ou carga útil instalada no Vigoride.
John Rood, diretor-executivo da Momentus, afirma que a união com a Solstar fortalece a proposta de oferecer serviços de manutenção em órbita, incluindo reabastecimento, inspeção e reparo de satélites. “A colaboração nos concede vantagens decisivas para operações de espaçonave para espaçonave”, disse o executivo em comunicado. Já Brian Barnett, fundador e CEO da Solstar, destacou que missões complexas como aproximação, acoplamento e fabricação espacial dependem de comunicações resilientes para operar de forma segura e previsível.
Impacto para futuras missões comerciais e governamentais
Relatórios do setor indicam que o mercado de serviços em órbita baixa deve ultrapassar US$ 30 bilhões na próxima década, impulsionado pelo aumento de constelações de satélites e pela necessidade de manutenção desses ativos. Ao unir transporte orbital e comunicação contínua, Momentus e Solstar pretendem oferecer um pacote completo a agências espaciais, empresas de observação da Terra e startups de tecnologia.
Especialistas avaliam que a iniciativa pode reduzir custos operacionais, já que a conectividade permanente diminui a necessidade de estações terrestres distribuídas globalmente. Além disso, satélites capazes de receber comandos em tempo real tendem a operar com maior precisão e a responder mais rápido a mudanças de missão. Para o usuário final, isso se traduz em imagens de maior frequência, dados meteorológicos mais atualizados e serviços de telecomunicação mais estáveis.

Imagem: Solstar
A curto prazo, a integração entre o rebocador Vigoride e o sistema de comunicação da Solstar também pode acelerar a adoção de missões de last-mile delivery no espaço, permitindo que pequenos satélites sejam colocados em órbitas específicas sem a necessidade de lançamentos dedicados. Esse modelo logístico já é apontado por analistas como uma das principais tendências do setor, pois possibilita maior flexibilidade e redução de custos para operadores de nanosatélites.
Para o leitor, o avanço pode significar serviços de internet via satélite mais confiáveis, aplicações de monitoramento ambiental em tempo quase real e até novas oportunidades de negócios ligados à economia espacial. A parceria também sugere que, nos próximos anos, missões de reparo e reabastecimento em órbita poderão se tornar rotina, estendendo a vida útil de satélites e reduzindo a quantidade de detritos espaciais.
Curiosidade
Apesar de a internet ter se popularizado na década de 1990, o primeiro e-mail enviado do espaço para a Terra ocorreu em 1991, a bordo do Ônibus Espacial Atlantis. Trinta anos depois, empresas como a Solstar trabalham para levar Wi-Fi não apenas a astronautas, mas a qualquer dispositivo em órbita. Esse salto ilustra como a comunicação é um dos pilares da nova corrida espacial, agora guiada pela iniciativa privada.
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