Kevin Costner identificou publicamente os dois personagens que considera mais marcantes em sua trajetória, contrariando expectativas de parte do público que acompanha o veterano de Hollywood há quatro décadas.
Astro destaca “Por Amor” e “Pacto de Justiça”
Em entrevista concedida ao portal The News International, o ator revelou que Billy Chapel, de Por Amor (1999), e Charlie Waite, de Pacto de Justiça (2003), são os papéis de maior significado pessoal em sua carreira. A escolha surpreende porque fica à margem de personagens geralmente lembrados pelos espectadores, como Eliot Ness em Os Intocáveis (1987) ou Frank Farmer em O Guarda-Costas (1992).
Por Amor, dirigido por Sam Raimi, acompanha um arremessador veterano do New York Yankees que disputa a última partida antes de encerrar a carreira. Já Pacto de Justiça, obra que Costner também dirigiu, apresenta um rancheiro que enfrenta a influência de um fazendeiro poderoso em pleno Velho Oeste. Conforme relatado pelo próprio ator, ambos os roteiros dialogam com temas de “honra, perda e reinvenção” que atravessam sua filmografia.
Motivações por trás das escolhas
Segundo Costner, Billy Chapel personifica o desafio de “enfrentar o fim de um ciclo” enquanto encara decisões que definem identidade e legado. Na conversa com o veículo, o intérprete mencionou que gravar sequências no Yankee Stadium, vazio em determinadas madrugadas de filmagem, reforçou o tom intimista da história. Chapel, às vésperas da aposentadoria, revisita conquistas e lacunas de sua vida enquanto lança cada bola. Especialistas em cinema esportivo apontam que o longa, apesar de desempenho modesto em bilheteria na época, tornou-se referência ao combinar drama pessoal com cenas autênticas de beisebol.
Quanto a Charlie Waite, Costner destacou a oportunidade de dirigir e atuar simultaneamente. Para ele, o personagem sintetiza valores que muitos associam ao faroeste clássico: lealdade aos parceiros de estrada, senso de justiça acima da lei escrita e disposição para pagar o preço por suas escolhas. Relatórios de bastidores indicam que o filme exigiu treinamento extenso com armas de época e cavalos, atributos que o ator considera essenciais para preservar a integridade do gênero.
Contraste com papéis consagrados
Ao longo dos anos, Costner recebeu prêmios e indicações por diversos trabalhos, inclusive o Oscar de Melhor Diretor por Dança com Lobos (1990). Ainda assim, a preferência declarada por Por Amor e Pacto de Justiça chama atenção porque ambos ficaram fora do radar de grandes premiações. Pesquisas de opinião realizadas por sites especializados frequentemente listam JFK – A Pergunta que Não Quer Calar (1991) ou Campo dos Sonhos (1989) como os pontos altos de sua filmografia, evidenciando um descompasso entre avaliação crítica, percepção popular e sentimento pessoal do artista.
Repercussão no setor audiovisual
Produtores consultados após a divulgação da entrevista avaliam que a confissão de Costner reforça estratégias de reposicionamento de catálogos. Plataformas de streaming tendem a promover títulos que ganham nova relevância quando um nome de peso os menciona. De acordo com dados da Parrot Analytics, menções positivas de atores influentes podem elevar a demanda por um filme em até 20% na semana seguinte.
Além disso, a fala do astro coincide com a fase de gravações de Horizon: An American Saga, épico de faroeste que ele dirige e protagoniza. Analistas de mercado enxergam potencial sinérgico: ao destacar obras autorais anteriores, Costner cria narrativa de continuidade que pode atrair o público interessado em histórias de construção moral em cenários históricos.
Imagem: Getty
O que muda para fãs e mercado
Para o público, as declarações funcionam como convite a revisitar longas menos lembrados da carreira de Costner. Já para distribuidores, a tendência é reforçar campanhas de catálogo, sobretudo em datas comemorativas ligadas ao beisebol nos Estados Unidos ou no calendário de estreias de westerns. Caso a procura por Por Amor e Pacto de Justiça aumente, serviços de vídeo sob demanda podem renegociar licenças e incluir material extra, como comentários de elenco ou versões restauradas.
O movimento também ilustra como depoimentos de artistas veteranos continuam a influenciar hábitos de consumo. Segundo pesquisadores de mídia, indicações pessoais de estrelas têm efeito comparável a campanhas pagas, porém com credibilidade ampliada pela autenticidade aparente do relato.
Curiosidade
Poucos sabem que, durante as filmagens de Por Amor, Kevin Costner lançou bolas a mais de 80 mph para evitar o uso de dublês em planos fechados, apesar de ter ultrapassado 40 anos de idade na época. O empenho conecta-se ao rigor que o ator menciona ao justificar suas escolhas favoritas, revelando o quanto a busca por realismo influenciou seu apreço pessoal pelas produções.
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