Próximo ciclo solar prolonga tempestades geomagnéticas e amplia chance de ver auroras

Tecnologia

Especialistas em clima espacial apontam que, mesmo após o recente pico de atividade do Sol, a ocorrência de tempestades geomagnéticas deve permanecer elevada pelos próximos anos. A expectativa é de auroras mais frequentes e duradouras nos céus próximos aos polos, reflexo de erupções solares que continuam a enviar partículas energéticas em direção à Terra.

Entenda o ciclo solar e seus efeitos

O Sol passa por um ciclo magnético regular, com duração aproximada de 11 anos, caracterizado por variações na quantidade de manchas solares e na intensidade de explosões na coroa. Durante o chamado máximo solar, esse número de manchas atinge o auge, aumentando a probabilidade de ejeções de massa coronal (EMCs) e tempestades solares que interagem com o campo magnético da Terra.

De acordo com dados oficiais de observatórios solares, o último pico ocorreu recentemente, mas isso não significa que o período de maior risco terminou. A física do clima espacial Tamitha Skov explica que, após o máximo, o astro passa por uma fase de declínio que pode se estender por até três anos, mantendo numerosos buracos coronais em sua superfície. Esses buracos liberam fluxos contínuos de vento solar, suficientes para provocar perturbações prolongadas na magnetosfera terrestre.

Auroras mais intensas e prolongadas

Quando partículas de alta energia provenientes do Sol colidem com átomos de oxigênio e hidrogênio na atmosfera superior, a interação produz luzes coloridas conhecidas como auroras. Segundo o físico solar Pål Brekke, da Agência Espacial Norueguesa, o ápice de atividade auroral costuma ocorrer alguns anos após o máximo solar, pois os fluxos de partículas permanecem fortes enquanto o campo magnético do Sol enfraquece gradualmente.

“As tempestades nesta fase podem não atingir picos extremos de intensidade, mas tendem a durar mais tempo”, afirma Skov. Essa persistência amplia as chances de observadores em latitudes médias presenciarem o fenômeno, tradicionalmente restrito a regiões polares. Além do espetáculo visual, prolongadas tempestades geomagnéticas podem afetar satélites, comunicações via rádio, sistemas GPS e redes de energia.

Impactos para satélites e infraestrutura

Relatórios da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) indicam que eventos geomagnéticos moderados já são capazes de induzir correntes em cabos de transmissão, ocasionando falhas pontuais em sistemas elétricos. Satélites em órbita baixa sofrem arrasto atmosférico adicional, enquanto equipamentos em órbitas mais altas ficam expostos a níveis de radiação capazes de danificar componentes eletrônicos.

Empresas de telecomunicações e operadoras de energia adotam protocolos de contingência nessas fases de maior atividade solar. Segundo especialistas do setor, a antecipação de picos de corrente e a calibração de sistemas tornam-se essenciais para mitigar prejuízos. Agências espaciais também ajustam trajetórias de veículos em missões interplanetárias para evitar exposição excessiva durante fortes EMCs.

O que muda para o público nos próximos anos

Para entusiastas de observação do céu, a continuidade de tempestades geomagnéticas representa a oportunidade de avistar auroras em locais inusitados. Residentes de regiões acima de 40° de latitude norte ou sul devem manter atenção a alertas de clima espacial, pois eventos prolongados podem deslocar as luzes para latitudes mais baixas. Aplicativos de monitoramento solar e previsões emitidas por agências meteorológicas espaciais ajudam a planejar observações com antecedência.

Por outro lado, usuários de tecnologias baseadas em satélite podem perceber pequenas oscilações em serviços de navegação ou interrupções temporárias em comunicações. Companhias aéreas, que dependem de rotas transpolares, monitoram índices de radiação para ajustar trajetórias e proteger passageiros e tripulação.

Análise de impacto: a fase de declínio do ciclo solar tende a distribuir riscos e benefícios de forma desigual. Enquanto observadores do céu desfrutam de espetáculos luminosos, setores críticos precisam investir em redundâncias para garantir qualidade de serviço. A conscientização do público sobre boletins de clima espacial torna-se ferramenta importante para reduzir impactos no dia a dia.

Curiosidade

Você sabia que as auroras recebem nomes diferentes conforme a localização? No hemisfério norte, o fenômeno é conhecido como aurora boreal, enquanto no hemisfério sul leva o nome de aurora austral. Ambas seguem o mesmo princípio físico — partículas solares excitando gases na alta atmosfera —, mas se apresentam em cores e formas variadas, influenciadas pela composição atmosférica local e pela intensidade do campo magnético naquele ponto do planeta.

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