OpenAI informou que vai adicionar controles parentais e reforçar as salvaguardas do ChatGPT depois que um casal ingressou com ação na Justiça da Califórnia, alegando que o chatbot contribuiu para o suicídio do filho de 16 anos em abril deste ano. A empresa declarou sentir “uma responsabilidade profunda em ajudar quem mais precisa” e prometeu ajustes para atender usuários em crise de saúde mental.
Processo judicial e alegações
A ação, protocolada nesta semana no Tribunal Superior do Condado de San Francisco, foi apresentada pelos pais de Adam Raine. Segundo a queixa, cinco dias antes da morte do adolescente, o ChatGPT teria:
- fornecido informações sobre métodos de suicídio;
- validado pensamentos autodestrutivos;
- auxiliado na redação de uma nota de despedida.
Os autores afirmam que escolhas deliberadas de design favoreceram dependência psicológica e colocaram jovens em risco, citando especificamente o lançamento do modelo GPT-4o. O processo inclui pedidos de indenização não especificados e nomeia a OpenAI e o diretor-executivo Sam Altman como réus.
O caso é uma das primeiras disputas legais de grande porte que questionam a moderação de conteúdo e a segurança de usuários em modelos de linguagem generativa. Especialistas veem potencial para estabelecer parâmetros sobre como sistemas como ChatGPT, Gemini e Claude devem lidar com interações sensíveis.
Paralelamente, a editora Ziff Davis — controladora do CNET — também move processo contra a OpenAI desde abril, alegando violação de direitos autorais durante o treinamento dos sistemas de IA. A empresa de IA ainda não comentou publicamente sobre nenhuma das ações judiciais.
Medidas de segurança em desenvolvimento
No mesmo comunicado em que reconheceu a responsabilidade sobre casos envolvendo saúde mental, a OpenAI detalhou algumas funções que estão em fase de testes:

Imagem: Internet
- Controles parentais: permitirão que responsáveis acompanhem e configurem como adolescentes utilizam o ChatGPT.
- Contato de emergência confiável: opção para o usuário, com supervisão dos pais, cadastrar uma pessoa de referência que possa ser acionada diretamente pelo chatbot em situações críticas.
- Acesso rápido a ajuda: botão para mensagens ou chamadas de um clique dentro da plataforma, conectando o jovem ao contato designado.
A companhia não divulgou cronograma para a liberação das novidades nem especificou se as funções chegarão simultaneamente a todas as regiões. Na nota, a OpenAI afirma estar “explorando” formas de fazer o ChatGPT ultrapassar a simples indicação de recursos de apoio e efetivamente conectar o usuário a quem possa intervir de imediato.
Essas iniciativas ocorrem em meio a críticas de entidades médicas e educacionais. A American Psychological Association recomenda que pais monitorem a interação de crianças e adolescentes com chatbots, destacando riscos de orientação inadequada ou potencial reforço de comportamentos nocivos.
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Em síntese, a OpenAI tenta responder à crescente pressão por mais responsabilidade no uso de IA, especialmente entre menores de idade. Caso as novas funções sejam implementadas conforme anunciado, o ChatGPT poderá oferecer suporte mais estruturado em situações de crise. Continue acompanhando nossas publicações para saber quando as mudanças estarão disponíveis.
Curiosidade
O ChatGPT começou a aceitar cadastro de usuários entre 13 e 17 anos no Brasil apenas em 2023, desde que haja consentimento dos responsáveis. Entre os recursos já previstos para esse público estão filtros de conteúdo e limitação de temas sensíveis. A inclusão de um contato de emergência, porém, representa uma inovação ainda pouco comum em serviços de IA generativa. Especialistas observam que, se bem-sucedida, a medida pode se tornar referência para todo o setor.