Um grupo de funcionários e ex-funcionários da Microsoft realizou, em 26 de agosto de 2025, um protesto dentro do escritório do vice-presidente e presidente da companhia, Brad Smith, no campus de Redmond, Estado de Washington. A ação levou a empresa a restringir o acesso ao prédio 34, que abriga parte da liderança executiva.
Manifestantes pedem rompimento de contrato com governo israelense
Os manifestantes pertencem ao coletivo No Azure for Apartheid, criado para pressionar a Microsoft a encerrar contratos de computação em nuvem com o governo de Israel. O grupo alega que os serviços da plataforma Azure estariam sendo utilizados para armazenar registros de até um milhão de chamadas telefônicas por hora de cidadãos palestinos, conforme investigação publicada pelo The Guardian em parceria com os veículos +972 Magazine e Local Call.
Durante o protesto, os participantes entraram no prédio 34, transmitiram a ação ao vivo na plataforma Twitch e estenderam faixas dentro do escritório de Brad Smith. “Brad Smith, você não pode se esconder, está apoiando genocídio”, entoaram alguns dos presentes. Balões com dispositivos sonoros também foram posicionados na entrada do edifício.
Entre os integrantes da manifestação estavam as funcionárias da Microsoft Riki Fameli e Anna Hattle, além dos ex-colaboradores Vaniya Agrawal, Hossam Nasr e Joe Lopez. A informação foi confirmada por Abdo Mohamed, ex-funcionário da empresa e um dos organizadores do grupo.
Reação imediata e histórico de ações anteriores
Após a entrada dos manifestantes, a Microsoft isolou o prédio, restringindo a circulação de funcionários e visitantes. A companhia não se pronunciou até o momento sobre o incidente nem confirmou eventuais negociações para encerrar o protesto.
O ato desta terça-feira é parte de uma série de mobilizações recentes. Menos de uma semana antes, a engenheira de software Anna Hattle foi detida junto aos ex-funcionários Agrawal, Nasr e Lopez, acusados pela polícia de Redmond de conduta agressiva durante um protesto em uma praça do campus corporativo.
Em eventos anteriores, o coletivo No Azure for Apartheid interrompeu a conferência Microsoft Build e a celebração de 50 anos da empresa. Em uma dessas ocasiões, um manifestante se dirigiu diretamente ao CEO de IA da Microsoft, Mustafa Suleyman, chamando-o de “lucrador de guerra”. A companhia chegou a bloquear e-mails internos que continham a palavra “Palestine” após os protestos.
Impacto e contexto do contrato em nuvem
O foco das reivindicações é um contrato de serviços em nuvem firmado entre a Microsoft e o governo israelense. De acordo com a investigação citada, as autoridades utilizariam a infraestrutura Azure para armazenar grandes volumes de comunicações telefônicas de palestinos, levantando questionamentos sobre privacidade e direitos humanos.

Imagem: No Azure for Apartheid
Até o momento, não há informações sobre alterações ou rescisão do acordo. A Microsoft também não respondeu aos pedidos de comentário enviados pela imprensa internacional.
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O protesto desta semana evidencia a pressão interna e externa que grandes empresas de tecnologia enfrentam em contratos considerados sensíveis. A continuidade das mobilizações deve manter o tema na agenda, enquanto empregados e acionistas aguardam uma posição oficial da Microsoft.
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Curiosidade
O prédio 34, alvo da ação, foi inaugurado em 2006 como parte da expansão do campus de Redmond e abriga escritórios de alto escalão. Por medidas de segurança, o acesso costuma exigir crachá de nível avançado, o que torna incomum a entrada de manifestantes sem autorização prévia. Mesmo assim, o coletivo conseguiu ingressar no local ao acompanhar o fluxo normal de funcionários, evidenciando falhas temporárias de controle de acesso.