Um dos preparos de frango mais antigos e elogiados dos Estados Unidos chegou aos 75 anos mantendo a preferência de quem busca carne suculenta por dentro e pele crocante por fora. Criada em 1949 pelo professor de ciência de alimentos Robert C. Baker, da Universidade Cornell, a receita de frango Cornell segue em cartaz em restaurantes, feiras e churrascos, sobretudo no estado de Nova Iorque, e ganhou adeptos em diferentes países graças à sua marinada simples e versátil.
Origem universitária e fórmula enxuta
Baker desenvolveu a preparação como resposta ao que considerava a falta de sabor nos pratos servidos em grandes eventos. O professor combinou ingredientes comuns à despensa – óleo vegetal, vinagre de maçã, tempero para aves, ovo batido, sal e pimenta – para criar um molho fácil de reproduzir em grandes quantidades e capaz de preservar a suculência do frango durante o cozimento.
O diferencial do método é o uso de um ovo batido, responsável por formar uma película cremosa que ajuda a pele a dourar sem queimar. Já o vinagre de maçã confere acidez e auxilia a penetração dos temperos. Segundo registros da época, a proposta era fornecer uma solução barata, escalável e segura para servir multidões em festas universitárias e piqueniques.
Ingredientes e modo de preparo
Para cada quilo de frango com osso e pele, a proporção tradicional sugere:
• 1/2 xícara de óleo vegetal
• 1 xícara de vinagre de maçã
• 1 e 1/2 colher de chá de tempero para aves
• 1 ovo batido
• Sal e pimenta a gosto
O frango deve descansar na marinada por, no mínimo, três horas – podendo chegar a 24 horas sob refrigeração. Em seguida, as peças vão a uma grelha de calor médio-alto, preferencialmente sobre carvão, por 15 a 20 minutos. Durante o processo, recomenda-se virar e pincelar o molho restante a cada cinco minutos, de forma leve no início e mais generosa nos minutos finais. O ponto ideal é atingido quando a temperatura interna alcança 71 °C (160 °F).
Adaptação a diferentes equipamentos
Embora projetada para churrasqueiras a carvão, a técnica mostrou eficiência em outras fontes de calor. Testes recentes confirmam resultados satisfatórios em grelhas a gás, frigideiras de ferro ou mesmo em air fryer. No eletrodoméstico, o tempo reduz e a limpeza simplifica, mas a grelha ainda oferece leve vantagem no sabor defumado e na caramelização da pele.

Imagem: Internet
A receita original pede frangos inteiros pequenos, conhecidos como broilers. Contudo, coxas, sobrecoxas e asas também respondem bem à marinada. Versões com carne sem pele e sem osso são possíveis, porém perdem a crocância que tornou o prato famoso.
Por que o frango Cornell permanece relevante
Sete décadas depois, o preparo continua popular pela combinação de fatores: lista de ingredientes curta, custo baixo, facilidade de execução e resultado consistente em diferentes contextos. Em comparação com molhos comerciais adocicados, a marinada de vinagre entrega sabor tangente amigável a quem prefere opções menos açucaradas. A receita ainda serve de inspiração para produtos industrializados; entusiastas citam o molho Chiavetta’s, vendido nos EUA, como derivação direta da fórmula de Baker.
O frango Cornell demonstra que a simplicidade aliada a um processo testado pode superar tendências passageiras de churrasco. Seja em fogueiras de acampamento, bares de estrada ou cozinhas domésticas, o método segue garantindo frango úmido, pele crocante e aprovação de público diverso.
Se você se interessa por preparo de carnes e quer explorar outros temas de tecnologia aplicada à cozinha, confira também a seção de novidades em Tecnologia, onde reunimos dicas e análises que podem tornar o seu dia a dia mais prático.
Em síntese, o frango Cornell prova que não é preciso uma lista extensa de ingredientes nem equipamentos sofisticados para alcançar sabor e textura de destaque. Experimente a receita, ajuste à sua rotina e descubra por que ela atravessou gerações sem perder relevância.